quinta-feira, novembro 07, 2013

Novo Teste para Autismo em Bebês

Um novo teste pode identificar o autismo em bebês já nos primeiros meses de vida. Cientistas da Universidade de Emory, no EUA, estão animados com a descoberta porque, quanto mais cedo o transtorno é identificado, melhores as chances de sucesso do tratamento. Normalmente, o autismo é identificado em torno dos 5 anos. Neste trabalho, eles conseguiram perceber marcadores presentes em bebês de 2 a 6 meses de vida, que mais tarde foram diagnosticados com o transtorno.


O novo estudo publicado na "Nature" investigou dois grupos de recém-nascidos: um com alto e outro com baixo risco de desenvolver o espectro autista, grupo integrado pelo que antes era conhecido como síndromes de Asperger, de Rett, desintegrativa da infância e o autismo clássico. Como há fatores genéticos relacionados, os recém-nascidos com alto risco tinham algum irmão já diagnosticado com o transtorno, o que aumenta as chances em até 20 vezes.

Os participantes foram acompanhados desde o nascimento até os 3 anos por meio da tecnologia de eye tracking (técnica de acompanhamento do movimento ocular), numa versão adaptada para recém-nascidos. A ideia era coletar dados sobre como eles respondiam a estímulos sociais. Aos 3 anos, as crianças passaram por avaliação médica. Aqueles diagnosticados com autismo já mostravam um declínio de atenção para o olhar de outras pessoas desde os dois meses. "O que nos surpreendeu foi que, embora as mudanças já estivessem em curso, observamos mais capacidade de olhar nos olhos do que esperávamos ver em recém-nascidos depois de diagnosticados com autismo" diz Warren Jones, professor da Universidade de Emory.


Quando a criança passa por uma intervenção antes dos 3 anos, há chances de melhora de 80% nos sintomas. "Existe uma janela de oportunidade devido à plasticidade do cérebro da criança. Com a intervenção precoce, podemos diminuir radicalmente sintomas como a deficiência intelectual, a dificuldade de linguagem e os desafios comportamentais graves que podem tornar o autismo uma condição potencialmente devastadora" defende um dos autores, o brasileiro Ami Klin, diretor do Marcus Autism Center, nos EUA.
Fonte:G1

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